segunda-feira, 25 de agosto de 2008


Pra tudo tem hora na vida


Não espere linearidade deste texto.
Palavras que vêm carregadas de emoções e sentimentos variados, nunca são lineares.
Aliás, a vida é bem melhor quando não é linear.
Porque 100% de segurança, 100% de previsibilidade, 100% de rotina? O dia-a-dia já nos impõe tudo isso, até para que possamos ser vistos como “normais”.
A verdade é que é uma droga ser normal, mas quase sempre a gente tem que fingir que é. Bobagem!
O que faz a diferença é aquilo que nos pega de surpresa, seja bom esse acontecimento ou ruim. Porque é ele que marca, que dá aquele frio na barriga e que fica na memória.
Tem gente que espera a vida inteira por essas surpresas e elas não acontecem. Ou acontecem, mas falta sensibilidade pra perceber o valor dos acontecimentos e das pessoas que passam pela vida.
Hahahaha! Não eu não falo de ninguém em especial, ou, talvez de todo mundo em especial.
Sim é lógico que eu espero por algumas surpresas, até porque, acho que todo mundo tem suas expectativas fantasiosas e enquanto elas não vêm, eu escrevo sobre a espera.
Não, não é pra entender, é só pra ler.
Odeio ser óbvia.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Observação de uma Cidadã
Eu também acho que política é quase sempre um assunto muito chato pra se falar, e perigoso. Perigoso porque na maioria das vezes, quando se faz um comentário, uma crítica ou um elogio a um governo ou a um determinado candidato corre-se o risco de se ser taxado como esquerdista, direitista, petista, psdebista e assim por diante.
Não que ser taxado como isso ou aquilo seja de todo ruim, o problema é que pode ocorrer, ás vezes, a perda da credibilidade das opiniões colocadas.
Não sei porque estou me justificando tanto, a final eu quero apenas chamar atenção para uma observação que eu fiz durante o último mês e que reflete, e muito, nas eleições à prefeitura municipal que ocorrerão em outubro deste ano.
Bom, voltei à aulas no dia 1º de agosto e fiz o caminho de costume para pegar o transporte coletivo.
Quando estava nas proximidades da parada de ônibus, que por sinal, fica na frente de uma escola estadual, avistei umas lixeiras cores-de-laranja; uma na calçada da frente e outra bem junto ao ponto de ônibus.
O detalhe é que nunca, durante todos os quinze anos que eu moro nessa zona, encontrei uma lixeira pública que fosse e então pensei: até que a prefeitura tomou uma iniciativa louvável.
Até mesmo porque é público e notório, que nos bairros residenciais da cidade não se encontra lixeiras públicas. Canseiiiii de acumular papel de bala e chocolate na bolsa, para jogar fora assim que chegasse em casa.
No entanto, logo depois de elogiar em pensamento o Sr. Prefeito pensei: mas é bem espertinho esse danado né?!
Falta mais ou menos dois meses para as eleições municipais, estamos em plena campanha eleitoral e a administração municipal, frise-se, candidata à reeleição atualmente, resolve, só AGORA, colocar algumas lixeirinhas nos bairros residenciais.
Muitos dirão que pelo menos ele fez alguma coisa. E realmente fez, mas a questão é: Para quem administração fez alguma coisa? Para os administrados ou para a própria atual administração se manter mais quatro anos?
Eu penso que a nossa distinta administração municipal fez isso única e exclusivamente em benefício próprio. E vejo alguns motivos bem claros pra isso.
O primeiro é pra ganhar uns bons votos, porque o brasileiro é verdadeiramente sem memória... principalmente o vulgo “povão”. Então, tudo que for feito em ano eleitoral, ainda fica na mente: ÓÓh! Aquele cara contribuiu para a limpeza das ruas, e fez isso no nosso bairro, que é quase sempre esquecido pela prefeitura.
As obras nas vias públicas também acabam tendo o mesmo efeito. O que eu vi de “obrinhas” nas ruas de julho pra cá, não está no mapa! O interessante é que de 2004 (quando esse prefeito assumiu) até o ano passado, não vi absolutamente nada de diferente na cidade, a não ser a conclusão das obras que já haviam sido iniciadas na administração passada.
O triste é que isso ganha muitos votos do senso comum e o senso comum é uma grande parte dos votantes e uma grande parte dos votantes é aquela da máxima “pelo menos ele fez alguma coisa”.
E imagine só que isso acontece aqui, no Rio Grande do Sul, que o povo é mais esclarecido politicamente, imagina como as coisas funcionam lá para as bandas do nordeste!
Mas o que mais me indigna é que essa prática do trabalhar no final no mandato funciona como campanha política. É claro que não está associada ainda aos comícios e aos “santinhos” distribuídos pelas ruas, antes tivesse até, porque assim pelo menos seria mais justo com os outros candidatos, pois todos teriam o mesmo período de tempo pra fazer sua campanha.
Isso, na minha opinião, é utilização da máquina pública para fins eleitoreiros, só não vê quem não quer! E isso não acontece só aqui, e veja bem, não estou fazendo campanha contra o atual prefeito. Isso acontece em muitos municípios, muitos estados e muitos países também, principalmente nos subdesenvolvidos.
Esse é um problema da cultura política e de sua prática, que não se modificam, porque a grande maioria dos eleitores não se atentam ainda a esses detalhes e acabam elegbendo sempre as mesmas pessoas. Até mesmo porque a própria reeleição, permitida pela nossa legislação, contribui pra que essas situações continuem acontecendo.
O problema está, então, em coibir esta campanha política sutil. O TRE deveria criar mecanismos para coibir esse tipo de prática, embora seja um assunto delicado, já que estamos falando de democracia e essas criaturas são eleitas e reeleitas pelo povo, infelizmente, cada vez engordando mais a cultura do político corrupto e interesseiro.
Porém, algumas coisas saltam aos olhos e é por isso devemos cuidar com carinho da nossa cidadania. Temos que cada vez mais ativar a nossa memória, prestar mais atenção em quem votamos e no essencial: o que essa criatura fez efetivamente pela minha cidade ao longo desses quatro anos. O que eu vi de melhor e o que eu vi de pior ao longo desse tempo.
Não é bobagem quando escutamos que o voto é uma arma poderosa que nós temos. Porém, ainda não sabemos usá-la. Pense nisso.